quarta-feira, 22 de maio de 2013

O caso da rosa


Em um bar de gente esnobe
Um homem que digamos pobre
Decidiu fazer algo ousado
Pegou uma rosa da mesa ao lado
Com a caneta preta de seu bolso
No guardanapo escreveu um verso
A mulher mais linda escolheu
E ela ao receber assim leu

“creio que esta rosa
  Realça sua beleza
  Posso não ter o que desejo
  Pois o que quero é seu beijo”

A moça que recém leu sorriu
Virou o guardanapo e escreveu
Um homem o retira antes de receber
Era o segurança que não quis saber
“suma daqui ou eu chamo a polícia”
“fico aqui, pois quero uma notícia”

O segurança adentrou o bar e sumiu
Passado minutos a polícia surgiu
Assim ele estava sendo abordado
Preso por “uma rosa ter roubado”
Uma noite na cadeia passou
Com tudo aquilo se indignou
Na manhã seguinte quando voltava
Um sedan por ele de vagar passava
Era a mulher da rosa, a mais bela
Parou o carro e abaixou a janela
A ele o guardanapo entregou
Antes de ler viu que ela piscou

“da rosa muito gostei
  Por você não me encantei
  E para realizar seu desejo
  Aqui está o meu beijo”

O sedan sai rápido em disparada
O nosso herói não entende nada
Mas no papel havia algo marcado
Um beijo de batom ela tinha dado!


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Antes que vá


Estava a olhar uma linda moça
Que muito desejava, formosa
Sentado em um banco no parque
De repente senti um sutil toque
Era uma senhora do meu lado
Pediu-me a palavra e fui educado
“Olhando você lembro-me do passado
Um moço queria ser meu namorado
A primeira vez que vi aquele moço
Estávamos jogando moedas no poço
Olhando para ele joguei a moeda
Pedindo que fosse sua prometida
O tempo passou e nos víamos mais
E ele não falava comigo, este rapaz
Quando tentou, gaguejou e correu
Dias depois uma carta me escreveu
A carta mais bela que eu já li
Todo o amor dele estava ali
No outro dia por ele esperei
Perto do poço, e lá fiquei
E fiquei, e fiquei... Triste saindo
Vi aquele moço na rua deitado
Senti um aperto no peito
Às vezes lembro-me quando deito
De ver aquele belo rosto manchado
Pelo seu sangue e ao ir do seu lado
Ele ao ver-me disse-me baixinho
‘pela primeira vez eu tenho
Coragem para contigo falar
E pela última vez poder te olhar
Peço desculpas por tanto demorar
Mas meu medo me fazia fraquejar’
E essa foi a sua última frase
Que marcou nos meus quinze
Então rapaz não fraqueje agora
Antes que ela acabe indo embora
Fale para ela tudo o que sente
Antes que um dos dois se ausente”