terça-feira, 24 de setembro de 2013

Velho tijolo amarelo

Quando o céu e o mar
Voltarem ao lugar
Estarei a desenhar
Em uma calçada
Seca e imunda
Uma escada
Com um velho tijolo amarelo

Ó como é belo
Poder te realizar
Ir e voltar
Sem medo de estar
A escalar
A minha escada
A minha estrada
Feita de rabiscos
Curvas em arcos
Escadas sem degraus
Viver entre os bons e os maus
Como um velho tijolo amarelo

O mundo paralelo
Que se faz no solo
Torna-se obsoleto
A quem só olha ao teto
E quando olha abaixo
Pensa no “eu acho”
Cai nas arapucas
Da alma e das ruas
Mesmo com aviso
Eu as sinalizo
Com meu velho tijolo amarelo

Leia meu apelo
Não caia na cilada
Olhe não apenas a calçada
Uns me usam para combate
Outros de mim fazem arte
Entre a alma e o mundo sou o elo
Sou um velho tijolo amarelo