terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eu quero ser punk

mamãe eu quero ser punk
Pois sou muito crítico para esse rock
Sou anarquista desde berço
Mamãe pague minhas contas eu lhe peço

Vou tatuar um “A” na minha testa
Para todos verem a minha revolta
Ir ao shopping comprar acessórios
Sair da escola e não cumprir horários
Ser contrário a tudo sem saber ao certo
Mamãe eu não dormirei mais as oito

Quero ter piercings e um grande moicano
E tirar-lo, pois amanhã tenho aula de piano
Agora sou punk muito bêbado e louco
Mãe eu me esqueci do papel higiênico!

Minha revolta é contra o sistema
Ter aula de manhã e de tarde tema
Andarei pelas ruas chutando lixo
Quero ser visto como um bicho
Mas policial, por favor não me bata
Pois meus pais são da classe alta

terça-feira, 19 de novembro de 2013

acordei em Babel

o ser menos ouvido
o pensamento mal pensado
às vezes é melhor ficar calado
pois o meu mundo está errado
eu confesso

a vida menos vivida
o riso dá uma engasgada
você diz que escrevo uma piada
mas você me deixa sem sua risada
eu lhe peço

porque você ainda acha graça?
porque você ainda me disfarça?

o sono menos sonhado
o som mais colorido
a minha felicidade é o absurdo
sorrindo estou aqui viajando

sorrindo continuo delirando
bebendo apenas do teu receio
soam os sinos de papel
a badalar em Babel

meu parafuso já esta perdido
eu dou adeus ao teu mundo
atrasado já estou saindo
só lhe agradeço por tudo

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A farsa da garça

A Garça querendo pregar uma peça
Idealizou primeiramente qual seria o alvo
A Caturrita que sempre estava na praça
Já havia lhe furtado um cravo

Mas isso nunca vez diferença
Uma flor não seria um bom motivo
“é a única que imagino” pensou a Garça
“farei algo que seja para todos inofensivo’


A Garça colocou em sua cabeça uma coroa
Em sua cauda colocou um gigantesco leque
Foi à praça encontrar a Caturrita que à toa
Ficou deslumbrada e quase teve um piripaque

A garça silenciosamente a olhava
Ela tremendo por não reconhecer
Quem em sua frente a observava
Começou a estremecer

“Caturrita, sou a Pavoa Real do Soho”
“Eu não acredito” disse a ave espantada
“Você é o ornitóptero sagrado!”
Mesmo sem saber o que ouviu, ela concorda

“então tenho direito a um desejo qualquer!”
Saltitava a Caturrita e desesperava a garça
“Eu posso pedir algo para ter ou para ser”
A Garça para salvar a sua trágica farsa

Disse “Você pode ser tudo até mesmo
Uma orni... você sabe, como eu, real!”
“Quero ser uma ave real de Mormo!”
“Isto é possível, mas para tal...”

“Deixarei eu de ser da realeza
E para você terei de ensinar
Como um desejo se realiza
Você deve sempre questionar
Você sabe o que é exatamente o pedido?
Você realmente quer isso?
Você precisa mesmo disto?
Seria justo só você ter isso?”
A Garça ao terminar foi pega de assalto
Com a expressão da Caturrita pensativa
“Olhe Pavoa Real eu lhe pergunto
Eu sou feliz assim” a ave meditava

“Não posso mudar sem saber se mudarei
Não posso ser mais feliz ou posso?
E se eu perder tudo o que já me acostumei?
Mas... mas se for...maravilhoso?”

“Só há uma forma de saber Caturrita”
Disse-lhe a Garça; “É tentando;
Então quer ou não minha oferta?”
“Deixe-me ficar aqui pensando”

“Eu vou indo e a deixarei sem desejo algum”
A penosa ficou abismada e não entendeu nada
“A felicidade é maior bênção de qualquer um
Dar e realeza é tirar sua dádiva e lhe dar a duvida!
Você viveria com o “se” e deixaria de aproveitar
Os presentes, o do tempo e o que com luta conquistou
Deixe o pensamento no futuro se focar

Falando para você estas palavras eu me vou!” 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma armadilha

Mulher maldita, não me deu apenas seu corpo;
Deu-me uma armadilha, uma amaldiçoada rosa;
Agora me sinto pior que o mais esfarrapado trapo;
Mais uma noite chorando, sozinho, em casa;
Sentindo cada espinho da planta envolvente;
Como caí mais uma vez em meus anseios?
Quando acabarei com esse meu egoísmo doente?
Pago o mais caro preço por desejar bundas e seios

Minha doença de caráter novamente finda meu ser
Se eu amo por que traio? Se eu traio tenho o que é meu
Uma rosa envolvendo meu coração que segue a espremer
Como sangra a alma de um pobre errante como eu
Cuidado pode ser que tenha pena de mim pela dor
Minhas lamentações
Lembre-se que nenhum momento posterior
Apagará minhas traições!

Para um grande amigo e um grande errante!