segunda-feira, 24 de novembro de 2014

'O Último Canto do Vale" Capítulo 7

Pinho era puro ódio quando chegou;
Seus olhos serviam apenas para mirar;
Quando viu João sentado não pensou;
E duas balas em João foram repousar.
Gamela foi de encontro ao transgressor;
Ele desafiara a lei do índio velho;
Seu pulo na jugular mal causou dor;
O coveiro o baleara e sem nenhum ralho;
Seu uivo chamou a atenção dos demais;
O índio que correu na rua desacreditava;
Seu lobo no chão, um barulho e nada mais.
Su rapidamente uma arma buscava;
Junto com Tâmira esvaziaram os canhões;
Apenas duas balas haviam acertado;
Uma na perna e uma no peito, duas ilusões;
Não pararia aquele maldito infortunado;
Tâmira fora a primeira a cair;
Pinho não pensava ou respirava;
Apenas era o gatilho e a bala a sair.
Su viu a carroça lhe servir como uma luva;
A raposa não entendia o que acontecera;
Tantos cadáveres no chão e um homem;
Este olha para trás e atira;
Jéssica sente a bala no seu abdômen;
Su enfia a katana no homem macabro;
Enterra pelas costas de Pinho com força;
Ele ergue as armas por cima do ombro;
E dispara seis balas naquela cabeça.
Os dois ali caem, o homem com a lâmina;
E o corpo de mulher agora sem cabeça;
Pinho ergue a testa e com sua gana insana;
Procura Letícia a sua verdadeira caça;

Ela ainda estava deitada na rua;
Ele arrastou-se para chegar perto;
Acabaria com aquela agonia;
E assim a cidade ouvia o último canto!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Dilema de Joaquim.

Joaquim é um homem trabalhador;
trabalha onze horas por dia;
seu oficio lucrativo de administrador;
é a principal renda da família.

Quando Joaquim volta para casa;
exausto de sua estressante rotina;
Joga os sapados e vai a mesa;
janta com a família, tipica cena!

Ele sente-se totalmente realizado;
Quando com seu filho esta brincando;
E vendo a sua esposa ao seu lado!

Por mais que odeie seu emprego;
Com ele as contas tem pago;
Um sacrifício para sentir-se realizado!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 6

Carolina ria-se com a arma apontada,
Em um dos criminosos mascarados;
Não fazia ideia de quem era cada;
Apenas queria os por algemados;
Jéssica a raposa ao ver a mulher;
Destemida tirou a máscara e riu;
“Não tinham quem escolher?
Ou quem chegou primeiro ganhou?”
“Sua vadia eu vou te mostrar...
Uma bala erra a cabeça de Carolina;
Letícia não conseguia acreditar;
A xerife cai do cavalo e com gana;
Acerta Letícia na altura do peito;
Pinho chuta a cabeça da atiradora;
Na sua carruagem da um jeito;
Coloca sua esposa lá e dá o fora;
Na sua fuga Raposa rouba um cavalo,
E vai atrás de sua parte do roubo;
Faria de tudo, nem que tivesse que mata-lo,
Queria seu ouro e bateu forte com o estribo;
Pinho no meio do vale agora ouvia.
As que seriam as últimas palavras.
De sua esposa que sangue cuspia;
“Em todas as noites escuras,
Você foi minha estrela no céu,
Sempre me fez no amor acreditar,
Fez o que ninguém conseguiu,
Meu amor vou eternamente lhe jurar!”
“Não morra, não morra meu bem!”
“Desculpe por estragar tudo meu querido”
“Não...não... não... eu também;
Devo desculpas, não devia ter tentado...”

A raposa chegou e olhou Pinho furioso;
“Pegue a carroça e me deixe o animal,
As armas também quero fazer uso”
Ele daria a aquilo tudo um sangrento final!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Indignações

Parei de postar no Facebook;
Pois sempre acertava uma ferida;
Como qualquer besteira tem destaque;
Ninguém mais quer cuidar da própria vida.
Acho o Twitter algo entediante;
De certo, alguma culpa devo ter;
Já que não sigo ninguém interessante;
Mas gente interessante não usa o twitter.
Cansado de tanta opinião forçada;
Minha grande saída é o jornal;
Faço apenas a palavra cruzada;
Pois sou pioneiro em me informar mal.
Antes que venham me incomodar;
Sei que muitos não leram tudo;
Pois do que adianta se aprofundar;
Se é mais fácil seguir estúpido.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 5

A gélida noite se ouvia o cavalo e a roda;
O silêncio dentro da carruagem era total;
Pinho e Letícia estavam na estrada;
Iam ao mercado para buscar o essencial.
Ou roubariam com armas durante o dia;
Ou estourariam o cofre pela noite;
“Há alguém que nos acudiria?”
“Sim tem uma pessoa, se dermos sorte!”
Respondera o coveiro para sua esposa.
Esta pessoa seria um aumento para o custo;
Assaltante, trapaceiro, uma legítima raposa;
Ela, mesmo cara, seria a exata para assalto.
Letícia temia aquela figura que ali estava;
Silenciosa dormia na carruagem;
Pinho sorria, o cansaço lhe custava;
Abrir bem os olhos para ver a paisagem.
Quando chegaram o coveiro descansou;
Sua mulher e a “raposa” ficaram na sala;
Novamente o silêncio os desafiou;
Letícia se despedia daquela casa, daquela vala;
Odiava aquilo, seria agora uma pessoa realizada;
O banco abrira e Letícia queria um “depósito”;
Raposa e Pinho estavam com a mira cerrada;
Entraram no banco e anunciaram o assalto;
Todos lá ergueram as mãos e os golpistas;
Amarraram os funcionários e a farsante;
Pegaram o dono como refém e as pepitas;
Como havia ouro e também diamante.
Teriam trabalho para levar aquilo tudo;
Pinho saiu e manobrou a carruagem;
Tentando se mostrar natural, ao lado;
E os dois colocaram lá a bagagem;

Mas para a infelicidade de Pinho;
Quando subiram não havia mais cavalos;
Havia Carolina armada e com seu sorrisinho;
Tinha frustrado o sonho dos pobres tolos!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 4

Su não olhava para seu paciente;
Estava a olhar a parede da sala
Sua coleção de lâminas para corte;
A mais afiada, escolheu e disse ela
“Tome essa garrafa e beba rápido”;
João ‘Olho Morto’ em sua cama
Olhava a perna onde fora baleado;
“Di que o diabo carregue sua alma”;
A faca cortou o osso de João;
Que anestesiado pelo gim;
Nem notara a perna no chão;
Nem mesmo assistira até o fim;
No bar da cidade estava muito agitado;
A reunião levara todos os moradores;
Era para a escolha de um xerife e rápido,
Já que o último pistoleiro fora pelos ares;
“Tâmira deveria ser, ela quem matou Pit ‘the Kid’”;
Proferiu Letícia e fez as mulheres aplaudirem;
“Eu molhei a pólvora da arma, sorte e fraude
Não mereço nenhum prestigio, me evitem!”
Su chegou atrasada no saguão;
“E João?” perguntara Carolina
“Com febre e o que perdi então?”
“O distintivo esta de novo em cena...”
“Quem pediu o distintivo?”
“Dariam a Tâmira, mas refutou”
Su levantasse e pede ao povo;
“Mas alguém aqui que já duelou?”
O “não” veio como um silêncio;
“Eu desafio qualquer um aqui
Pelo título!” Su sentiu um arrepio
Ao ver que quem falara não ri;

As pessoas não sabiam se era piada;
Mas Carolina ainda os encarava;
Ela seria a xerife por não ser desafiada?;
A noite caia enquanto Gamela uivava!

domingo, 2 de novembro de 2014

Política

Em que meme baseou seu voto;
Eu pouco estou me importando;
Mas agora para seu conhecimento;
Vou dizer o que estou pensando;
Tem gente que quer mudar uma peça;
Achando que isso muda todo o jogo;
Tire o YuGi-Oh dessa sua cabeça;
Queira mudar a gasolina e não o fogo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 3

Capítulo 3
Como prometido o duelo aconteceria;
No surgir da aurora, já posicionados;
De um lado João ansioso pelo dia;
Do outro os viajantes já armados;
Olho Morto fica espantado
Ao ver uma donzela difamada
Com o Whinchester carregado
Tornando-se sua aliada;
“O relógio dará o sinal as seis!”
Berrara Tâmira aos forasteiros;
“Então hoje os ratos matam os reis?”
Brincara Pit a cuspir catarros;
Ao décimo segundo badalar
Três balas haviam tomado rumo;
Tâmira sorridente voltou ao lar;
João baleado na perna estava calmo;
Sobrara a Pinho a árdua tarefa de inserir
Os adubos a terra, sua esposa Letícia
Pilhou os pertences e começou a rir
“Temos o suficiente para enfrentar a rua!”
Pinho olhou a quantidade de ouro escondida;
Sabia que aquilo era suficiente para um furto;
“Acho que nos espera o banco da avenida...
De noite sairemos para o mercado mais perto.”;
O velho índio pela cidade estava a temer;
Gamela havia ficado muito quieto
Nem sua carne ensanguentada quis comer
O lobo sem querer voltar, velho foi sensato;
Pediu a Tâmira um lugar para permanecer;
Ela a contragosto lhe deu um quarto;
Hospedaria o Velho apenas ao anoitecer;
“A morte não quer sair deste lugar deserto?”

“Parecer que não”. Respondeu o índio;
“Que os deuses salvem nossas cabeças”
Tâmira temia pela quebra do tédio
Apenas um xerife traria esperanças!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 2

Tomando um copo de whisky Di grita:
“Ao duelo então seu filho da égua”;
Tâmira então a sua arma os aponta;
“Vão presos a espera do aval de Gamela.”
Mas quem diabo é Gamela pensavam;
Enquanto algemados iam à gaiola;
“Isto é necessário para que não fujam!”
“Explique por que disso sua cadela!”
Disse Pit com sangue subindo a cabeça;
“Há uma maldição nesta cidade;
Se alguém morrer sem a licença;
Do lobo cairemos na calamidade!”
Olho Morto pegou seu revólver;
Mirou sem muita demora;
Quem via aquilo podia prever;
A morte viria ao aparecer da aurora;
Gamela ouviu o barulho da bala;
Olhou para o índio velho e rosnou;
O índio pegou sua faca e olhando ela;
Disse a Gamela; “Branco querer uivo”
A noite caia na cadeia e desolado;
Pit estava a pensar em uma fuga;
Di por outro lado tinha um sono pesado;
Não acordaria nem com picada de pulga.
Lá fora observava alguns fachos;
Iluminando as frestas da prisão;
Como um raio havia neles fixos;
Olhos, o índio estava sentado no chão.
Disse sem nenhuma emoção;
“Lobo na colina uivar hoje;
Lobo dirá quantos morrerão;
A quem estiver perto e não longe.”

A lua estava alta quando se ouvia;
O primeiro uivo que estremeceu;
João, que conteve sua alegria;
Quando o segundo uivo aconteceu!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 1

Cavalgando pelo vale mais escuro;
Ele sentia que estava a fraquejar;
Quando Di “Osso Duro”;
Começou a pestanejar;
“Acabou nosso suprimento;
E logo chegamos à cidade grande;
Espero que João ‘Olho Morto’;
Não nos ache naquela maldita cidade”;
“Olhe Di parece que o padre;
Está benzendo nossa chegada”;
Disse lhe Pit “the Kid” ao compadre;
Quando avistou aquela pessoa enforcada.
Nem bem avistaram o bar;
Já deixaram o cavalo por perto;
Já estavam totalmente a par;
Que algum deles ali podia ser morto.
Compraram o essencial;
Para seguir seu destino;
Mas logo viriam a se dar mal;
Pois Tâmira com seu veneno.
Aproximou-se dos forasteiros;
“Acho que vocês não deveriam”;
Tirando deles os cigarros;
Eles se entreolharam e riam.
“Por que deveríamos lhe seguir”;
Disse Pit tomando seu fumo.
“Creio que vivos querem partir;
João está pela cidade sem rumo;
Além do mais, têm dois buracos;
Abertos lá atrás com seus nomes”;
“Acha que tememos ou somos fracos?”
-Respondeu Di com olhos infames.

Neste momento a porta abre;
E João escorasse na portinhola;
“Ora, ora achei os ratos no casebre!
Estranho... será que o gato os tirou a fala?”

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

corajoso a temer

mentiras confortáveis ao ouvido
medidas para controlar o medo
me diga para que ser seu amigo
se me dá água quando sou fogo

tira-me do céu rumo ao inferno
corajoso para criticar o destino
teme com o sonho a se realizar
em qualquer dia qualquer lugar

importante mesmo é se estragar
chorara alto em casa ou no bar
já que da vida vale mais passear

triste é ver tentando dar auxílio
ao pobre homem em seu exílio
perde-se como gota em um rio

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

se eu soubesse cantar

se eu soubesse cantar
talvez a vida seria mais fácil
eu veria o tempo passar
nem mais ligaria o rádio

ficaria a assoviar
brincando com os pássaros
não haveria lugar
nem mesmo barulho de carros

ah se eu soubesse cantar
cantaria o que mais gosto
vá que alguém possa gostar
e eu até me torne um astro


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

a chuva

a chuva não mente
ela apenas cai
bate na janela, bate na gente
molha, distrai

imunda os pensamentos
realidade ou ficção
enlouquece cataventos
prende a minha atenção

meu amor

é para você o meu amor
a minha vontade
meu por favor
minha sanidade

quando em nada mais acreditar
quero te ver chorar
lhe abraçar
dizer que já vai passar

para você restou meu amor puro
no dia claro
ou no quarto escuro

lhe dou a minha mão
divido o meu pão
e o que tenho ou não

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A preguiça

Os dias passam e no calendário
que fica na porta do armário
já não sabe mais que dia é
eu olho perplexo e coço o pé

a dona de casa já cansada
pede comida e roupa lavada
dizendo para me mexer
pois tudo isso eu sei fazer

a preguiça me domina
junte isso a minha rotina
que não para de me corroer
a soma disso não vou lhe dizer

é tanta coisa que já não penso
no que é feio ou maravilhoso
não ligo se dói no osso
corta-me a cabeça ou o pescoço

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um caipira inconformado

Tem tanta jovem bonita 
Que vive pintando as “gadeia”
A cabeça cheia de tinta
Não esconde o que falta entre as “oreia”

Tem tanto homem pagando de machão
Erguendo ferro em academia
Mas quando tem que varrer o chão
Reclama que acabou a proteína

É muita gente falando de religião
E rezando muito pouco
Mas se peço para dividir o pão
Vão dizer que eu estou louco

Uns reclamando do que vê e escuta
São tudo uns animal
Meu filho se você não gosta
Meche o dedo e troca o canal

Essa gurizada anda meio revoltada
E não é só de hoje
Enquanto uns querem uma trepada
Outros querem fugir dos "home"

Para terminar a bagaça
E mostrar como a politica vai mal
É tanta cagança
Que o que limpa é o jornal

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o guerreiro no deserto

Da adoração a vida surge o cotejo a morte
Oh minha tola fé, minha sagrada sorte
Bem vindos tão queridos intrometidos
Vou lhes mostrar que estão todos errados
Minha morte veio a pé e caminhou até mim
Ela doce e solene fez do deserto seu jardim
Onde cultiva suas caveiras que o vento escondia
Eu estava a buscando lá sem água e moradia
Talvez estava delirando, porém a donzela
Sentou-me ao meu lado e começou sua fala
"Você caminha a me procurar não é verdade?
Você ainda luta, não corre e nem se esconde
É alguém diferente, por não me temer
Prefere a arreia ou que o corvo venha lhe comer?"
Eu a olhei e só pude rir do que ela me perguntara
Sei que o que falei tirou o sorriso de sua cara
"Em meu bolso a uma faca, pegue-a e termine isso!
Entenderei se tiver medo, eu só não faço
Pois já não tenho forças para lhe dar o que tornei"
Vi aquela faca saindo de meu bolso brilhando
A morte séria manejava a arma me encarando
A lamina subiu alto cobrindo o Sol e desceu
Estava em paz, não havia nem inferno nem céu
Um risso fez me abrir os olhos, a faca ao lado
Então descobri estar deitado e sentindo enganado
A morte me deixou vivo
Por um péssimo motivo
Me dar a paz e a vida
Que por mim fora tão rejeitada