terça-feira, 28 de janeiro de 2014

a chuva

a chuva não mente
ela apenas cai
bate na janela, bate na gente
molha, distrai

imunda os pensamentos
realidade ou ficção
enlouquece cataventos
prende a minha atenção

meu amor

é para você o meu amor
a minha vontade
meu por favor
minha sanidade

quando em nada mais acreditar
quero te ver chorar
lhe abraçar
dizer que já vai passar

para você restou meu amor puro
no dia claro
ou no quarto escuro

lhe dou a minha mão
divido o meu pão
e o que tenho ou não

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A preguiça

Os dias passam e no calendário
que fica na porta do armário
já não sabe mais que dia é
eu olho perplexo e coço o pé

a dona de casa já cansada
pede comida e roupa lavada
dizendo para me mexer
pois tudo isso eu sei fazer

a preguiça me domina
junte isso a minha rotina
que não para de me corroer
a soma disso não vou lhe dizer

é tanta coisa que já não penso
no que é feio ou maravilhoso
não ligo se dói no osso
corta-me a cabeça ou o pescoço

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um caipira inconformado

Tem tanta jovem bonita 
Que vive pintando as “gadeia”
A cabeça cheia de tinta
Não esconde o que falta entre as “oreia”

Tem tanto homem pagando de machão
Erguendo ferro em academia
Mas quando tem que varrer o chão
Reclama que acabou a proteína

É muita gente falando de religião
E rezando muito pouco
Mas se peço para dividir o pão
Vão dizer que eu estou louco

Uns reclamando do que vê e escuta
São tudo uns animal
Meu filho se você não gosta
Meche o dedo e troca o canal

Essa gurizada anda meio revoltada
E não é só de hoje
Enquanto uns querem uma trepada
Outros querem fugir dos "home"

Para terminar a bagaça
E mostrar como a politica vai mal
É tanta cagança
Que o que limpa é o jornal

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o guerreiro no deserto

Da adoração a vida surge o cotejo a morte
Oh minha tola fé, minha sagrada sorte
Bem vindos tão queridos intrometidos
Vou lhes mostrar que estão todos errados
Minha morte veio a pé e caminhou até mim
Ela doce e solene fez do deserto seu jardim
Onde cultiva suas caveiras que o vento escondia
Eu estava a buscando lá sem água e moradia
Talvez estava delirando, porém a donzela
Sentou-me ao meu lado e começou sua fala
"Você caminha a me procurar não é verdade?
Você ainda luta, não corre e nem se esconde
É alguém diferente, por não me temer
Prefere a arreia ou que o corvo venha lhe comer?"
Eu a olhei e só pude rir do que ela me perguntara
Sei que o que falei tirou o sorriso de sua cara
"Em meu bolso a uma faca, pegue-a e termine isso!
Entenderei se tiver medo, eu só não faço
Pois já não tenho forças para lhe dar o que tornei"
Vi aquela faca saindo de meu bolso brilhando
A morte séria manejava a arma me encarando
A lamina subiu alto cobrindo o Sol e desceu
Estava em paz, não havia nem inferno nem céu
Um risso fez me abrir os olhos, a faca ao lado
Então descobri estar deitado e sentindo enganado
A morte me deixou vivo
Por um péssimo motivo
Me dar a paz e a vida
Que por mim fora tão rejeitada