segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 3

Capítulo 3
Como prometido o duelo aconteceria;
No surgir da aurora, já posicionados;
De um lado João ansioso pelo dia;
Do outro os viajantes já armados;
Olho Morto fica espantado
Ao ver uma donzela difamada
Com o Whinchester carregado
Tornando-se sua aliada;
“O relógio dará o sinal as seis!”
Berrara Tâmira aos forasteiros;
“Então hoje os ratos matam os reis?”
Brincara Pit a cuspir catarros;
Ao décimo segundo badalar
Três balas haviam tomado rumo;
Tâmira sorridente voltou ao lar;
João baleado na perna estava calmo;
Sobrara a Pinho a árdua tarefa de inserir
Os adubos a terra, sua esposa Letícia
Pilhou os pertences e começou a rir
“Temos o suficiente para enfrentar a rua!”
Pinho olhou a quantidade de ouro escondida;
Sabia que aquilo era suficiente para um furto;
“Acho que nos espera o banco da avenida...
De noite sairemos para o mercado mais perto.”;
O velho índio pela cidade estava a temer;
Gamela havia ficado muito quieto
Nem sua carne ensanguentada quis comer
O lobo sem querer voltar, velho foi sensato;
Pediu a Tâmira um lugar para permanecer;
Ela a contragosto lhe deu um quarto;
Hospedaria o Velho apenas ao anoitecer;
“A morte não quer sair deste lugar deserto?”

“Parecer que não”. Respondeu o índio;
“Que os deuses salvem nossas cabeças”
Tâmira temia pela quebra do tédio
Apenas um xerife traria esperanças!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 2

Tomando um copo de whisky Di grita:
“Ao duelo então seu filho da égua”;
Tâmira então a sua arma os aponta;
“Vão presos a espera do aval de Gamela.”
Mas quem diabo é Gamela pensavam;
Enquanto algemados iam à gaiola;
“Isto é necessário para que não fujam!”
“Explique por que disso sua cadela!”
Disse Pit com sangue subindo a cabeça;
“Há uma maldição nesta cidade;
Se alguém morrer sem a licença;
Do lobo cairemos na calamidade!”
Olho Morto pegou seu revólver;
Mirou sem muita demora;
Quem via aquilo podia prever;
A morte viria ao aparecer da aurora;
Gamela ouviu o barulho da bala;
Olhou para o índio velho e rosnou;
O índio pegou sua faca e olhando ela;
Disse a Gamela; “Branco querer uivo”
A noite caia na cadeia e desolado;
Pit estava a pensar em uma fuga;
Di por outro lado tinha um sono pesado;
Não acordaria nem com picada de pulga.
Lá fora observava alguns fachos;
Iluminando as frestas da prisão;
Como um raio havia neles fixos;
Olhos, o índio estava sentado no chão.
Disse sem nenhuma emoção;
“Lobo na colina uivar hoje;
Lobo dirá quantos morrerão;
A quem estiver perto e não longe.”

A lua estava alta quando se ouvia;
O primeiro uivo que estremeceu;
João, que conteve sua alegria;
Quando o segundo uivo aconteceu!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"O Último Canto do Vale" Capítulo 1

Cavalgando pelo vale mais escuro;
Ele sentia que estava a fraquejar;
Quando Di “Osso Duro”;
Começou a pestanejar;
“Acabou nosso suprimento;
E logo chegamos à cidade grande;
Espero que João ‘Olho Morto’;
Não nos ache naquela maldita cidade”;
“Olhe Di parece que o padre;
Está benzendo nossa chegada”;
Disse lhe Pit “the Kid” ao compadre;
Quando avistou aquela pessoa enforcada.
Nem bem avistaram o bar;
Já deixaram o cavalo por perto;
Já estavam totalmente a par;
Que algum deles ali podia ser morto.
Compraram o essencial;
Para seguir seu destino;
Mas logo viriam a se dar mal;
Pois Tâmira com seu veneno.
Aproximou-se dos forasteiros;
“Acho que vocês não deveriam”;
Tirando deles os cigarros;
Eles se entreolharam e riam.
“Por que deveríamos lhe seguir”;
Disse Pit tomando seu fumo.
“Creio que vivos querem partir;
João está pela cidade sem rumo;
Além do mais, têm dois buracos;
Abertos lá atrás com seus nomes”;
“Acha que tememos ou somos fracos?”
-Respondeu Di com olhos infames.

Neste momento a porta abre;
E João escorasse na portinhola;
“Ora, ora achei os ratos no casebre!
Estranho... será que o gato os tirou a fala?”