segunda-feira, 24 de novembro de 2014

'O Último Canto do Vale" Capítulo 7

Pinho era puro ódio quando chegou;
Seus olhos serviam apenas para mirar;
Quando viu João sentado não pensou;
E duas balas em João foram repousar.
Gamela foi de encontro ao transgressor;
Ele desafiara a lei do índio velho;
Seu pulo na jugular mal causou dor;
O coveiro o baleara e sem nenhum ralho;
Seu uivo chamou a atenção dos demais;
O índio que correu na rua desacreditava;
Seu lobo no chão, um barulho e nada mais.
Su rapidamente uma arma buscava;
Junto com Tâmira esvaziaram os canhões;
Apenas duas balas haviam acertado;
Uma na perna e uma no peito, duas ilusões;
Não pararia aquele maldito infortunado;
Tâmira fora a primeira a cair;
Pinho não pensava ou respirava;
Apenas era o gatilho e a bala a sair.
Su viu a carroça lhe servir como uma luva;
A raposa não entendia o que acontecera;
Tantos cadáveres no chão e um homem;
Este olha para trás e atira;
Jéssica sente a bala no seu abdômen;
Su enfia a katana no homem macabro;
Enterra pelas costas de Pinho com força;
Ele ergue as armas por cima do ombro;
E dispara seis balas naquela cabeça.
Os dois ali caem, o homem com a lâmina;
E o corpo de mulher agora sem cabeça;
Pinho ergue a testa e com sua gana insana;
Procura Letícia a sua verdadeira caça;

Ela ainda estava deitada na rua;
Ele arrastou-se para chegar perto;
Acabaria com aquela agonia;
E assim a cidade ouvia o último canto!

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