terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o guerreiro no deserto

Da adoração a vida surge o cotejo a morte
Oh minha tola fé, minha sagrada sorte
Bem vindos tão queridos intrometidos
Vou lhes mostrar que estão todos errados
Minha morte veio a pé e caminhou até mim
Ela doce e solene fez do deserto seu jardim
Onde cultiva suas caveiras que o vento escondia
Eu estava a buscando lá sem água e moradia
Talvez estava delirando, porém a donzela
Sentou-me ao meu lado e começou sua fala
"Você caminha a me procurar não é verdade?
Você ainda luta, não corre e nem se esconde
É alguém diferente, por não me temer
Prefere a arreia ou que o corvo venha lhe comer?"
Eu a olhei e só pude rir do que ela me perguntara
Sei que o que falei tirou o sorriso de sua cara
"Em meu bolso a uma faca, pegue-a e termine isso!
Entenderei se tiver medo, eu só não faço
Pois já não tenho forças para lhe dar o que tornei"
Vi aquela faca saindo de meu bolso brilhando
A morte séria manejava a arma me encarando
A lamina subiu alto cobrindo o Sol e desceu
Estava em paz, não havia nem inferno nem céu
Um risso fez me abrir os olhos, a faca ao lado
Então descobri estar deitado e sentindo enganado
A morte me deixou vivo
Por um péssimo motivo
Me dar a paz e a vida
Que por mim fora tão rejeitada

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