segunda-feira, 29 de julho de 2013

Azulão

Azulão pássaro a me intrigar
Diferente dos outros não o vejo brigar
Estas a só, procurando o que comer
Deixa-me curioso sem me mover

Como é bela a tua cor ó ave
Mas sua melodia bela e suave
Fico sem ouvir por respeito
Pois estás a ocupar o bico

Peço-te, ó alado animal
Não seria de nenhum mal
Usar da grade de minha janela
Como seu palco, sua passarela

Humilhe-me com sua tamanha beleza
E deixe-me ouvir com tristeza
O canto que estremeceria minha alma
Fazendo de mim, o homem a contemplar seu enigma

domingo, 21 de julho de 2013

Sou

Sou o bêbado que já não bebe
Sofro a dor que já não me cabe
Sentir

Sou a lágrima que hoje rasteja
Sei o que soa e o que seja
Mentir

Calúnia liquida que agora solto
Sou um trapaceiro a tira gosto
A rir

Embriagado de histórias inacabadas
Que em um saudoso dia anotadas

Vão fugir

sexta-feira, 19 de julho de 2013

o passado pede passagem

Há dias em que o passado pede passagem
E de mala e cuia em mãos ele vem
Trazendo consigo a boa e chata saudade
Arrumo a mesa para nossa trivialidade
Um café bem forte acompanhado de histórias
Algumas tristes, outras alegres, mas todas boas

Ver o passado naquela mesa com sua companheira
Lembrou-me a um senhor e sua filha fofoqueira
Ele calmo sempre a tentar controlar a boca da saudade
E esta sem dar ouvidos ao velho transborda a minha sede

“Lembrasse”, se torna o pretexto para toda fala
Perfeita colocação no tempo e na aquarela
Que se forma em minha frente e logo se desfaz
Pois algumas lágrimas saem deste rapaz

Escuto alguns outros contos do passado
Agradeço pela visita mesmo pouco ficando
Sinceramente por que eu os mandei embora
A saudade já não me machuca ela agora
Só me faz chorar para ver as lágrimas e suas danças
O passado sempre se despede dando lembranças
Ambos me deixaram algo que me imunda de alegria

É esse meu presente que fica mais belo a cada dia